O filme Melancholia, do diretor Lars Von Trier, é uma metáfora à depressão. Antes de surgir esse termo, o depressivo era chamado de melancólico. No filme, Melancholia é um planeta que todos pensam que irá passar próximo a Terra. E até então, seria um espetáculo fantástico ver essa passagem.
É em torno da festa de casamento da personagem principal Justine (Kirsten Dunst, oscar de melhor atriz em Cannes), que se dá a primeira parte do filme. Nas primeiras cenas o observador mais crítico vai perceber que ela é depressiva.
Justine sofre com todos os sintomas da doença. Todos a tratam com desconfiança, medo, repulsa ou super proteção. A única a acolher seu comportamento e lhe dar apoio é sua irmã, que foi quem promoveu a festa como um presente. Irresponsabilidade com horários e compromissos, mudanças de humor, sexo compulsivo, inércia e outros sintomas que atrapalham a vida do depressivo; em uma atuação realmente surpreendente da atriz. Seu olhar sempre distante, a cena da banheira onde a irmã tenta fazê-la tomar banho, o fato de enxergar as coisas da cor cinza; dói na alma de quem sabe o que é sofrer assim.
A segunda parte do filme mostra a rotina da casa, e a convivência de Justine, a irmã com o marido e um filho pequeno. Novamente os sintomas depressivos são focados, só que agora a atenção se divide com a aproximação do planeta Melancholia. Num misto de medo e surpresa, as pessoas vão aguardando a passagem; porém quando o planeta vai se aproximando da terra fenômenos sobrenaturais vão acontecendo. As pessoaas vão sentindo mudanças de comportamento. Falta de ar, fadiga, desespero; ou seja, os mesmo sintomas de uma depressão.
De repente se descobre que o Melancholia muda sua rota e irá se chocar com a Terra. Em cenas belíssimas o diretor consegue passar o que seria um apocalipse, explorando as mudanças do clima do planeta e do estado de espírito das pessoas.
Uma curiosidade a parte é saber que o diretor se inspirou na própria doença para escrever o filme. É como em sua visão, a depressão seja um mal que tenha a capacidade de destruir mundos.
Vale muito a pena assistir, porém aos desavisados, não deixa de ser uma obra de Lars Von Trier, ou seja, deve-se ir preparado não para ver um filme, mas uma obra de arte.
Achei muito interessante, com certeza é um filme que irei assistir.
ResponderExcluirxero.